Os comitês locais de oito cidades que formam parte da iniciativa “Cidades e Povos pelo Comércio Justo – América Latina e Caribe” apresentaram nesta sexta-feira a campanha #Localizenos, que busca promover os mercados locais e o consumo responsável a favor dos(as) pequenos(as) produtores(as) de Comércio Justo.
A pandemia da COVID-19 tem impactado fortemente as organizações de pequenos(as) produtores(as) através dos aumentos nos custos de produção, restrições de mobilidade e em alguns casos perdas de seus produtos ou de contratos estrangeiros.
“É o momento para promover os mercados locais e para dar a conhecer na América Latina e no Caribe os produtos e as histórias de nossos pequenos produtores e produtoras de Comércio Justo, convidamos vocês a localizá-los(as) e apoiá-los(as), porque eles e elas são fundamentais para que tenhamos alimentos saudáveis e produtos de qualidade”, expressou Merling Preza, vice-presidenta do Conselho da Coordenadora Latino-americana e do Caribe de Pequenos(as) Produtores(as) e Trabalhadores(as) de Comércio Justo CLAC.
A campanha #Localizenos nasce de um jogo de palavras que faz referência a georreferenciação das cidades latino-americanas e do Caribe pelo Comércio Justo e a caracterização dos produtos das organizações certificadas Fairtrade.
A campanha convida os potenciais consumidores e público geral para localizar os pequenos(as) produtores(as) do Comércio Justo, que têm sido grandes heróis e heroínas, e que apesar da pandemia continuam na produção de alimentos e produtos de primeira necessidade.
Através de uma viagem audiovisual pela América Latina e o Caribe, o público poderá conhecer a oferta de produtos nas diferentes cidades, que incluem café, açúcar, mel, banana, frutas, hortaliças, açúcar (rapadura) orgânica, quinoa, infusões, ervas aromáticas, physalis, chocolates, lácteos, tecidos e artesanatos.
Na campanha participam oito cidades: Grecia (Costa Rica), Marcala (Honduras), Boa Esperança (Brasil), Quito e Riobamba (Equador), Arroyos y Esteros (Paraguai), Tibasosa (Colômbia) e Mao (República Dominicana).
“A Campanha de Cidades e Povos pelo Comércio Justo na América Latina e no Caribe junto com a promoção e reativação dos mercados locais beneficiará economicamente os(as) pequenos(as) produtores(as) e criará consciência nos compradores(as) com relação às práticas de Comércio Justo. Vamos apoiar!”, disse Luis Heller, representante da Organização Mundial do Comércio Justo para América Latina (WFTO-LA).
A campanha #Localizenos também promoverá feiras virtuais e presenciais e os eventos que sejam realizados para dinamizar os mercados locais a favor dos pequenos(as) produtores(as) de Comércio Justo. O desenvolvimento da campanha foi possível graças ao cofinanciamento da União Europeia através do projeto ““Liberando o poder dos(as) produtores(as) e trabalhadores(as) para impulsionar um Comércio e Desenvolvimento Inclusivos através do Comércio Justo”, que visa fortalecer as capacidades organizações da CLAC e das organizações membro.
São três personagens que acompanham a imagem da campanha para promover a comercialização dos produtos de comércio justo: o Super-Café-Comércio-Justo, a Super-Cana-de-Açúcar-Comércio-
Como parte da campanha foram realizados workshops de marketing digital e de produção radial comunitária com os integrantes dos comitês locais para fortalecer suas capacidades de comunicação para continuar promovendo as iniciativas locais.
Através desta iniciativa também foi impulsionado a renovação do logo das Cidades e Povos pelo Comércio Justo – América Latina e Caribe, que agora está simbolizado com duas mãos juntas que formam um ponteiro de localização para localizar os povos e cidades pelo Comércio Justo. Além disso, o site da iniciativa está em fase de renovação, (http://ciudades-
A iniciativa “Cidades e Povos pelo Comércio Justo – América Latina e Caribe” nasceu em 2015, como uma iniciativa da CLAC e da WFTO-LA para realizar trabalhos de incidência e conscientização nas instituições públicas como também nas organizações da sociedade civil, para apoiar através das cidades a filosofia, os princípios e as práticas do comércio justo e construir outra economia possível e necessária. A rede de Símbolo de Pequenos Produtores (SPP), também se une a campanha.
O Comércio Justo é um modelo comercial que põe no centro os seres humanos e a sustentabilidade social, econômica e ambiental das sociedades; dignificando o trabalho e fomentando uma gestão responsável e sustentável dos recursos naturais.
O Comércio Justo facilita aos pequenos(as) produtores(as) organizados(as) um acesso direto ao mercado em condições justas e equitativas, criando um canal de comercialização sustentável, solidário e de qualidade, o mais direto possível entre produtores e consumidores. Com a venda de seus produtos de Comércio Justo, os(as) produtores(as) recebem uma renda digna, que cobre os custos de produção e uma renda adicional que permite o financiamento de projetos sociais em suas comunidades.